quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Como se conhece a Jesus?

A pergunta proposta remete-nos ao texto do Evangelho segundo Lucas cap. 24, vers. 13-35, o qual nos deixa pasmos e perplexos com as atitudes do Nazareno.

Para mim, o texto citado suscita numa série de indagações, a saber: Se conhece a Jesus, orando, louvando, lendo a Bíblia diariamente, evangelizando?

Se conhece a Jesus, sendo fiel nos dízimos e nas ofertas, guardando as doutrinas, tradições, princípios, costumes e sacramentos? Se conhece a Jesus, jejuando, freqüentando regularmente as atividades da Igreja, fazendo votos de fé e obedecendo os seus líderes? Se conhece a Jesus, fazendo parte de uma Religião ou Igreja, recebendo uma carteirinha de membro e tendo cargo vitalício na instituição?

Se conhece a Jesus, recebendo um santo numa sessão espírita ou oferecendo oferendas aos espíritos? Se conhece a Jesus, estudando teologias, Ciências das Religiões, as línguas bíblicas e elaborando homilias convincentes? Se conhece a Jesus rezando o terço diariamente, sendo um fiel contribuinte dos veículos de comunicação que propagam as boas novas?

Se conhece a Jesus, atrofiado nos guetos eclesiásticos submissos ás “santas” autoridades constituídas por deus? Se conhece a Jesus, expulsando demônios, gritando histericamente, chorando e até mesmo falando em línguas estranhas? Por fim, se conhece a Jesus, na Bíblia ou na vida? Vale ressaltar que respeito todas as práticas supracitadas.

Conhecer a Jesus, talvez, não constitui-se tarefa fácil, mas tentarei de alguma forma, observar o texto de Lucas e, assim, tentar extrair algumas imagens que julgamos ser interessantes para o caminhar diário.

Bom, a primeira imagem é do Jesus que aparece subitamente e começa a caminhar com o casal, Jesus caminha conosco; a segunda imagem é do Jesus que logo começa a conversar com o casal, Jesus conversa conosco; a terceira imagem nos ensina que não basta apenas conhecer as Escrituras, pois as obras vêm antes das palavras, Jesus vai além de palavras; a quarta imagem testa até onde vai nossa prática da fé, isto é, o Jesus que simula não está cansado da longa caminhada e, nem tampouco, com fome, Jesus espera uma atitude nossa.

A quinta imagem é do Jesus que entra na casa do casal, assim Jesus entra em nossa casa; a sexta imagem nos apresenta o Jesus que fica hospedado conosco; a sétima imagem traz o Jesus que parte o pão e distribui conosco, Jesus nos desafia a prática da partilha; a oitava imagem nos ensina que devemos abrir os nossos olhos para a realidade que tão de perto nos rodeia; a nona imagem quer a disseminação da prática da partilha, pois só assim os nossos olhos serão abertos; a décima e última imagem diz respeito a insistência na prática da partilha, observem os versículos seguintes (36-42), Jesus diz: “... Vocês têm aí o que comer...?” Jesus pede-nos ação. Mediante o exposto, de notar que essas imagens remetem-nos á outras passagens bíblicas que propõem conhecer Jesus.

Percebo que o casal (Cleopa e Maria), representa muito bem as comunidades pós-ressurreição, de fato, só conheceu a Jesus, no partir do pão. Desse modo, partindo da leitura dos textos, sinto-me extremamente distante de conhecer a Jesus, creio que essas imagens ainda estão ofuscadas na minha caminhada cristã. Sinceramente creio que tenho conhecido mais a Igreja e o Cristo dos Céus do que o Jesus que sente fome e pede-me comida.

Com isso, não estou fazendo apologia á prática de assistencialismos paternalistas e exclusivistas, mas só desejo de coração ardente, buscar tratamento para a minha “miopia” e quase “cegueira” da fé e, acima de tudo, ser mais humano e menos cristão.

Via Pavablog

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O Deus que age fora de nossos arraiais

Para começarmos nossa presente discussão, gostaria de compartilhar duas composições de duas bandas que começaram suas atividades nos anos 70. A primeira letra diz o seguinte:
ozzy osbourneVocê já pensou sobre sua alma / Será que ela pode ser salva? / Ou talvez você pense que quando estiver morto / Você vai simplesmente ficar no túmulo / Deus é só um pensamento na sua cabeça / Ou ele é uma parte de você? / Cristo é só um nome que você leu em um livro / Quando você estava na escola? / Quando você pensa na morte, você perde o fôlego / Ou fica tranqüilo? / Você gostaria de ver o papa enforcado? / Você acha que ele é bobo? / Bem, eu vi a verdade, sim, eu vi a luz / E mudei o meu caminho / E estarei preparado quando você estiver sozinho e assustado / No fim de nossos dias / Será que você ficaria com medo do que seus amigos poderiam dizer / Se eles soubessem que você crê no Deus Altíssimo? / Eles compreenderiam antes de criticar / Que Jesus é o único caminho para o amor / Sua mente é tão pequena que você tem que desabar / Com a sua turma por onde quer que você corra? / Você ainda zomba quando a morte se aproxima / E diz que eles podem muito bem adorar o sol? / Acho que é verdade que foi gente como você / Que crucificou a Cristo / Acho triste que a sua opinião / Tenha sido a única levada em consideração / Você estará tão certo quando o seu dia chegar / Ao dizer que não crê? / Você teve a chance, mas você a jogou fora / Agora você não pode reavê-la / Talvez você pense antes de dizer que / Deus está morto e enterrado / Abra seus olhos e entenda que Ele é o Único / O Único que pode salvar você de todo este pecado e ódio / Ou você ainda zomba de tudo o que ouve? / Sim, acho que é tarde demais.
É bem interessante. Agora, vejamos a segunda composição:
freddieEu O vi na multidão / Um monte de gente se reuniu ao redor dEle / Os mendigos gritavam e os leprosos O chamavam / O velho não disse nada / Apenas ficou fitando-O / Todos estão indo ver o Senhor Jesus / Então chegou um homem que caiu perante Seus pés / Impuro, disse o leproso, e tocou o seu sino / Sentiu a palma de uma mão tocar sua cabeça / Vá, vá, você é um novo homem / Todos estão indo ver o Senhor Jesus / Tudo começou com três sábios / que seguiram uma estrela que os guiou até Belém / E fizeram com que isso fosse conhecido em toda a terra / O líder dos homens nasceu / Todos estão indo ver o Senhor Jesus
A primeira letra parece ser de alguma banda evangélica que confronta, face a face, a obstinação do pecador em recusar a oferta salvífica de Cristo. A segunda letra parece ser de alguma banda de louvor e adoração que resolveu retratar algum episódio bíblico, convidando ao ouvinte a também seguir o Senhor.
A banda responsável pela primeira letra ficou conhecida como a primeira banda de heavy metal da história. O seu nome é derivado de rituais de magia negra. É o Black Sabbath.
Já a banda responsável pela segunda letra ficou conhecida pela alta qualidade de sua música, que misturava rock com componentes progressivos e orquestrais, e pela teatralidade de seu vocalista. O nome da banda é uma antiga gíria para designar homossexual. Estamos falando do Queen.
Não é estranho que Black Sabbath e Queen fossem capazes de produzir músicas de conteúdo espiritual tão profundos e tão belos? Não é de se estranhar que, segundo a mentalidade evangélica segregacionalista e auto-centrada de hoje em dia, pessoas notoriamente contrárias à fé cristã falarem tão abertamente da realidade do Reino de Deus?
Estranhamos pelo fato de sofrermos da mesma miopia religiosa dos judeus do tempo de Jesus, que ficaram bravos quando Ele disse que Naamã, general sírio, havia sido curado de sua lepra por Deus, mesmo havendo tantos israelitas contemporâneos ao ele padecendo da mesma enfermidade (Lc 4.27). Estranhamos pelo fato de não compreendermos o que significa Graça Comum e imagem de Deus.

O que é Graça Comum?
Graça é o favor de Deus que nós não merecemos. É o Seu amor por nós, pecadores. Deus nos ama a ponto de enviar Seu Filho para morrer em nosso lugar naquela cruz. Mas Graça não é apenas isso.
A Graça de Deus também faz com que o mundo em que vivemos não se torne insuportável. A Graça de Deus manda chuva e sol, estações chuvosas e estações secas, frio e calor, sobre pessoas tementes a Ele e sobre pessoas que O rejeitam de modo completo . A Graça de Deus faz com que o homem não-regenerado saiba que, mesmo no seu mais profundo íntimo, existe o certo e o errado . A Graça de Deus, derramada sobre a Criação, sustentando-a, é designada Graça Comum.

Imagem e semelhança de Deus
Outro aspecto que negligenciamos é a doutrina da imagem de Deus. Como evangélicos, tendemos a pensar em todas as coisas de uma maneira maniqueísta: espiritual x material. Assim, temos dificuldade em entender o homem como imagem de Deus sem relacionar este fato com a sua espiritualidade, ou melhor, com sua filiação denominacional.
Ainda que o homem seja pecador, ele carrega em si uma identidade com o Criador. Tal identidade, a imagem e a semelhança – os dois termos são usados como sinônimos – faz com que ele seja distinto do restante da Criação.
Um mero animal não faz escolhas baseadas em um senso de justiça. Um animal não chega a conclusões lógicas baseadas em um pensamento abstrato. Os animais inferiores estão presos aos seus instintos, mas o homem possui a liberdade moral, ainda que limitada. Enfim, um animal não possui a capacidade de se encantar com a Ária na corda Sol de Bach, apreciar algum quadro de Salvador Dalí, se divertir lendo textos de Luís Fernando Veríssimo ou se entreter com algum filme hollywoodiano.
Tais características – senso de justiça, raciocínio lógico, espiritualidade e senso de estética – são o que teólogos classificam como imagem de Deus.
Obviamente que tal imagem foi seriamente prejudicada pelo pecado. Se, antes da Queda, poderíamos ver a assinatura de Deus na natureza, hoje, só podemos ter consciência de Deus e de nossa necessidade dEle através Palavra.

Manifestações culturais
Cristo pode ser manifesto na cultura, não sendo um produto dela, e nem estar contra ela. A soberania de Deus se estende em toda a Sua Criação; Ele não está restrito aos evangélicos apenas.
Grandes obras de nossa literatura contemporânea, como O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Nárnia, apresentam a realidade do Evangelho de maneira implícita, lançando mão de elementos culturais europeus arcaicos e mitológicos. Embora os seus autores fossem cristãos – J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis – não foram superficiais em seus trabalhos escritos, usando elementos religiosos cristãos. Podemos ver a figura de Jesus em Gandalf e em Aslam, o que nos mostra que Cristo pode se apresentar na cultura, ainda que esta não seja explicitamente cristã. E isto se deve à imagem de Deus no homem – ainda que não-regenerado – e à Graça Comum.

No Blog do Digão

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Decepção Profunda pela Igreja


Por Martin Luther King Jr.

...Em decepção profunda, chorei pela frouxidão da igreja. Mas estejam certos de que minhas lágrimas foram lágrimas de amor. Não pode existir decepção profunda onde não existe amor profundo. Sim, amo a igreja. Como poderia não amar?
Não digo isso como um daqueles críticos negativos que sempre conseguem encontrar algo errado na igreja. Digo isso como um sacerdote do evangelho, que ama a igreja; que foi acalentado em seu seio; que tem sido sustentado por suas bênçãos espirituais e que permanecerá fiel a ela enquanto o fio da vida estender-se.
...Em decepção profunda, chorei pela frouxidão da igreja. Mas estejam certos de que minhas lágrimas foram lágrimas de amor. Não pode existir decepção profunda onde não existe amor profundo. Sim, amo a igreja. Como poderia não amar? Estou na posição um tanto singular de filho, neto e bisneto de pregadores. Sim, vejo a igreja como o corpo de Cristo. Mas, oh!, como maculamos e deixamos cicatrizes nesse corpo por meio da negligência social e por meio do medo de sermos não-conformistas.
Houve um tempo em que a igreja era bastante poderosa – no tempo em que os primeiros cristãos regozijavam-se por ser considerados dignos de ter sofrido por aquilo em que acreditavam. Naqueles dias, a igreja não era apenas um termômetro que registrava as idéias e princípios da opinião pública; era um termostato que transformava os costumes da sociedade.
Quando os primeiros cristãos entravam em uma cidade, as pessoas no poder ficavam transtornadas e imediatamente buscavam condenar os cristãos por serem “perturbadores da paz” e “forasteiros agitadores”. Mas os cristãos prosseguiam, com a convicção de que eram “uma colônia do céu”, que devia obediência a Deus e não ao homem. Pequenos em número, eram grandes em compromisso. Eles eram intoxicados demais por Deus para serem “astronomicamente intimidados”.
Com seu esforço e exemplo, puseram um fim em maldades antigas como o infanticídio e duelos de gladiadores. As coisas são diferentes agora. Com tanta frequência a igreja contemporânea é uma voz fraca, ineficaz com um som incerto. Com tanta frequência é uma arquidefensora do status quo. Longe de se sentir transtornada pela presença da igreja, a estrutura do poder da comunidade normal é confortada pela sanção silenciosa – e com frequência sonora – da igreja das coisas tais como são.
Mas o julgamento de Deus pesa sobre a igreja como nunca pesou. Se a igreja atual não recuperar o espírito de sacrifício da igreja primitiva, perderá sua autenticidade, será privada da lealdade de milhões e será descartada como um clube social irrelevante com nenhum significado para o século XX. Todos os dias, encontro pessoas jovens cuja decepção com a igreja tornou-se uma repugnância absoluta.

Trechos da *Carta de uma prisão em Birmingham*

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Estou "grávido"!



Pois é minha gente.... finalmente a tão esperada e até esquecida notícia chegou a mim.... descobri que serei papai =D que benção após 5 meses sem o bendito anticoncepcional, minha esposa tá com o herdeiro herege na barriga. Agora é ficar na expectativa que seja um varão! Queira Deus! Que venha Khalel!