quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Como evitar que as pessoas abandonem a igreja?



No que diz respeito a fazer crescer uma igreja saudável, o Pastor Larry Osborne não se foca na porta de entrada para ver como pode atrair grandes multidões e arrebatá-las com um programa especial. Os seus olhos focam-se em grande parte na porta dos fundos.

Tantas igrejas têm estado a perder pessoas, e algumas, mesmo sem notarem.

“Desde que a porta de entrada seja maior que a nossa porta dos fundos ou mesmo igual, pensamos frequentemente que as coisas estão bem. E se a porta de entrada é maior, ficamos entusiasmados por estarmos a crescer,” disse Osborne enquanto explicava que muitas igrejas perdem quase tantas pessoas quanto ganham.

“Em vez de alcançar 100 pessoas, 20 das quais mantemos, eu preferiro alcançar 50 pessoas, 40 das quais mantemos,” disse ele ao Christian Post.

Osborne é pastor sénior na Igreja North Coast em Vista, Califórnia. A Igreja North Coast, pioneira no movimento multi-site, é amplamente reconhecida como uma das mais inovadoras igrejas dos Estados Unidos.

E apesar da inovação desempenhar um papel-chave no seu ministério para os mais de 7,000 espectadores em cada fim-de-semana, Osborne não está concentrado na próxima grande novidade.

Em vez disso, o seu coração está interessado em conquistar as pessoas para um crescimento espiritual a longo prazo. Trata-se de manter as pessoas fechando a porta dos fundos da igreja e desenvolvendo o que ele apelida de uma “igreja pegajosa.”

“Nós descobrimos muitas maneiras de alcançar as pessoas,” escreve Osborne no seu novo livro, Sticky Church. “Mas tornámo-nos muitas vezes tão focados em alcançar as pessoas que nos esquecemos da importância de manter as pessoas.”

As igrejas têm frequentemente atraído números recordes de pessoas durante o Natal e a Páscoa quando normalmente organizam cultos mais elaborados ou espectáculos especiais. Alguns têm levado o alcance de pessoas a novos níveis fazendo campanhas publicitárias de eventos especiais, publicitando séries de sermões relevantes e criativas, ou utilizando tecnologia.

Mas depois das atraentes luzes, músicas e oradores convidados terem desaparecido, é provável que o recém-chegado se sinta desiludido nas semanas seguintes e, eventualmente escorregue pela porta dos fundos.

E as igrejas maiores são mais susceptíveis de não se darem conta da sua porta dos fundos por causa das muitas pessoas que vêm através de sua ampla porta da frente.

Um estudo de 2006 da LifeWay Research descobriu que entre os “antigos frequentadores de igreja,” 16 por cento saíram porque ninguém os contactava e outros 16 por cento saíram porque ninguém se parecia importar com a sua saída.

“Quando mantemos as pessoas apenas por um curto espaço de tempo, o que fazemos é provavelmente vaciná-las contra o Cristianismo em vez de ajudá-las a ultrapassar a verdadeira doença,” observou Osborne. “Quando alguém permanece na igreja por algum tempo, ligado de alguma forma e depois se distancia progressivamente, é realmente difícil, à excepção de uma grave crise na sua vida, alcançá-la de novo.”

Na verdade, escreve Osborne no seu livro, Jesus não pediu às igrejas para atraírem grandes multidões ou para apenas inscrever pessoas. “Ele disse-nos para fazer discípulos,” diz Osborne.

Para ele, trata-se de cumprir a segunda parte da Grande Comissão, em vez de cumprir apenas a primeira parte.

Enquanto que a familiar primeira parte pede aos Cristãos para irem por todo o mundo e fazerem discípulos, a segunda parte vai mais longe urgindo os crentes a ensinar os outros a praticar todas as coisas que Jesus lhes ensinou.

“Não se pode ensinar as pessoas a guardar todas as coisas que Jesus ensinou se elas apenas estiverem seis meses ou vierem durante as três temporadas especiais do ano,” disse Osborne. “Como ouço em algumas igrejas, um terço ou mais [dos frequentadores] da igreja vem [aos cultos] uma vez por mês. É difícil discipular pessoas e concluir o trabalho.”

O conceito igreja pegajosa é acerca de discipulado, realçou Osborne, e não crescimento da igreja.

Na Igreja North Coast, o discipulado é melhor desempenhado através de pequenos grupos. Osborne considera que os pequenos grupos são actualmente a maneira mais eficiente para ser uma igreja pegajosa e ajudar as pessoas a crescer espiritualmente.

Desde 1985, pelo menos 80 por cento da assistência média de fim-de-semana da North Coast tem participado num pequeno grupo.

“O objectivo principal dos pequenos grupos baseados em estudos bíblicos é simplesmente velcrar as pessoas às duas coisas que mais irão necessitar quando enfrentarem uma situação em que precisarão de saber e precisarão de crescer: a Bíblia e os outros Cristãos,” realça Osborne no seu livro.

Durante cerca de três décadas, a North Coast tem-se dedicado a ajudar os Cristãos que já tem, a crescerem mais fortes em Cristo, o que tem ajudado a fechar a porta dos fundos. Osborne pode testemunhar que historicamente a porta dos fundos da sua igreja tem sido tão pequena que se alguém sair por razões que não tenham a ver com uma mudança de casa, isso irá normalmente estar na agenda numa das reuniões do pessoal sénior, escreve ele.

Com uma pequena porta dos fundos, a North Coast tem crescido e tem agora 20 cultos ao fim-de-semana. Tudo isto sem ter gasto um cêntimo sequer em publicidade ou marketing. A maior parte do crescimento tem sido alcançado através de comunicação oral.

“A ideia de cuidar tão bem das pessoas que você tem, que elas se tornam fãs entusiastas, faz com que elas tragam os seus amigos não-Cristãos,” explicou Osborne.

E quando eles vêm, a North Coast torna difícil para eles escorregarem pela porta dos fundos.

por Lillian Kwon, Christian Post

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